quarta-feira, 12 de junho de 2013

Uma história de assalto.


Creio que todos conhecem aquela história da freirinha que viajava em um ônibus e deu um leve cochilo, levíssimo, coisa de segundos. Ela evitava até mesmo se distrair nessas viagens, por medo de ser roubada. Dessa vez ela cochilou. Acordou assustada, olhando prum lado e pro outro, analisando os semblantes de todos à sua volta, e achando, se não todos, mas pelo menos uma boa parte daquelas pessoas, muito suspeitas. Baixou os olhos para seu próprio braço e se deu conta de que lhe faltava o relógio... Ah, não, pensou ela, me roubaram, enquanto eu dormia o relógio que ganhei no meu último aniversário. Olhou de soslaio para o homem jovem sentado do seu lado direito, moreno, cabelo encaracolado, olhar estranho, e, ato contínuo, olhou e viu o SEU relógio no braço do rapaz”. Começou a tremer, de medo e de raiva, pela audácia do ladrão. Sem pensar duas vezes abriu a própria bolsa, dela retirando uma comprida e perigosa agulha de tricô, e, discretamente, sem querer chamar a atenção dos outros passageiros, encostou a ponta da agulha na costela do homem, enquanto cochichava em seu ouvido, separando bem as sílabas para não deixar dúvidas: “ti-re o re-ló-gio do bra-ço, po-nha den-tro da mi-nha bo-lsa, e dê si-nal pa-ra des-cer na pró-xi-ma pa-ra-da.” O rapaz obedeceu prontamente, quase caindo na pressa em descer. Ela, a freira, aliviada e se sentindo uma heroína, orgulhosa da própria coragem, estufou o peito encarando todos ao seu redor, e deu sinal para descer duas paradas depois do seu ladrão de relógio. Quando chegou ao convento onde morava, preparou-se para narrar o seu feito, e, ao abrir a bolsa, deparou-se com DOIS relógios iguais: o seu, que tirara do pulso antes de entrar no ônibus por medo de ser assaltada, e o do pobre rapaz, a quem ela acabara assaltando armada de suas agulhas de tricô. Enquanto isso, o jovem chegava ao trabalho esbaforido, com dificuldades de convencer os colegas de que fora assaltado dentro do ônibus por uma freira  

terça-feira, 4 de junho de 2013

Sexualidade na velhice não se resume à consumaç&ati... » Isaúde

Eu queria ilustrar aqui com uma bela e romântica foto, ainda busquei na internet,mas preferi essa aqui...é mais pessoal.

Sexualidade na velhice não se resume à consumaç&ati... » Isaúde

Tentei contar essa fábula a minha querida amiga Elaine Vasconcelos, que a achou bem interessante, mesmo eu me perdendo toda na tentativa de contá-la.Prometi a ela que ia lembrar direitinho da história.Fiz melhor.Hoje a encontrei copiada em uma antiga agenda, de 2002, e, a essa alegria juntou-se a emoção de rever a minha agenda com todas as páginas desenhadas artisticamente por uma outra queridíssima amiga que já não está mais em nosso convívio. Marister, com quem tive a honra de trabalhar no Colégio Cascavelense, incansável na sua labuta com a educação infantil, passou alguns dias com minha agenda em casa, fazendo nela desenhos diferentes em cada página, sempre à noite,me disse ela,em seus momentos de folga.

O Papel e a Tinta

Certo dia, uma folha de papel que estava em cima de uma mesa, junto com outras folhas extremamente iguais a ela, viu-se coberta de sinais. Uma pena, molhada de tinta preta, havia escrito uma porção de palavras em toda a folha.
- Será que você não podia ter me poupado esta humilhação? Disse furiosa, a folha de papel para a tinta.
- Espere! Respondeu a tinta. ““ Eu não estraguei você. Eu cobri você de palavras. Agora você não é mais apenas uma folha de papel, mas,sim, uma mensagem. Você é a guardiã do pensamento humano. Você se transformou num documento precioso.
E, realmente, pouco depois, alguém foi arrumar a mesa e apanhou as folhas de papel para jogá-las na lareira. Mas, subitamente, reparou na folha escrita com tinta, e, então, jogou fora todas as outras, guardando apenas a que continha a mensagem escrita.

(Adaptado de Leonardo da Vinci. Fábulas e Lendas)

Strange Fruit ( Poema de  Lewis Allan, pseudônimo de  Abel Meeropol, publicado em 1936. ) Southern trees bear strange fruit, Blood on th...