quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

LIMITES (Monica Monastério)


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história.
O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca. Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.
Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos.
E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos (às vezes sem escolha..), que nossos filhos nos faltem com o respeito.
À medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudou de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens e os tratavam com o devido respeito.
E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais. Mas, à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.
E além disso, os patrocinem no que necessitarem para tal fim. Quer dizer: os papéis se inverteram, e agora são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado. Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para ser os melhores amigos e "tudo dar" a seus filhos.
Dizem que os extremos se atraem! Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenche de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.
Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o permissível sufoca. Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os e rendidos à sua vontade.
É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem parâmetros nem destino.
Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.

domingo, 10 de janeiro de 2010

As dificuldades e delícias da relação Mãe & Filha...

Na falta de disposição pra escrever(postar) algo por aqui, um trechinho que "roubei" do monologando, da minha Su...http://monologandoaqui.blogspot.com/
"E a maezote.... eita relação complicada. Essa mulher representa tudo que eu gostaria de ser um dia, mesmo que eu não concorde com muitas de suas atitudes. Mas sou obrigada a admirar toda a sua persistência, sabedoria, generosidade, toda a intensidade com que vive, sua forma única de ser divertida, autêntica e irreverente. Minha maezote tem muito prazer em viver e tudo é sempre muito intenso. Com ela eu aprendi que eu posso sim ser eu mesma, mesmo quando ela também discorda totalmente de mim. E uma das coisas que mais me encantam nessa mulher é ela conversar comigo de igual para igual. O fato de ela me dizer exatamente como se sente em relação a coisas tão pessoais. Tão dela mesma. Me irrita uma porção de coisas como a sabedoria em lidar com as palavras, com elas [palavras] ela me faz e me desfaz também. Mãe, obrigada por confiar tanto em mim, mesmo quando eu me sinto insegura. Obrigada por me ensinar a ser gente, obrigada por me aceitar tanto, mesmo quando eu não quero te aceitar também. Mas minha família não está completa. Tenho 3 irmãos, um é a inteligência em pessoa [o Serginho], o outro a sensibilidade [o Duquinho] e o caçula [BA] a verdadeira irreverência, nós quatro juntos formamos um equilíbrio interessante, ainda bem! Eu os amo muito e sei que posso contar com eles sempre, já tive provas concretas disso em alguns momentos da vida. Eu sou fã deles, acho uns gatos e todos tocam algum instrumento musical, eu sou a única que não toca nada. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk mas todos aqui em casa temos alma de artista, todos temos um olhar diferente para esse mundo. Acho que isso veio da alegria com que nossos pais vivem a vida, mesmo ela não sendo muito fácil. A genética so colaborou em nossas belezas raras, rsrsrsrsrsrsrsr Eu os amo demais."

Isso aí é tão a minha Su!!!

Strange Fruit ( Poema de  Lewis Allan, pseudônimo de  Abel Meeropol, publicado em 1936. ) Southern trees bear strange fruit, Blood on th...