quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ano Novo! De Novo!


Cada ano que começa traz junto a expectativa de que ele seja melhor do que o anterior,mesmo que o anterior tenha sido bom. Fazemos novas promessas, novos pedidos, novos planos, e repetimos alguns não cumpridos ou atendidos, acreditando piamente que dessa vez tudo será diferente. Faz parte do comportamento humano nunca se contentar com o que tem, e querer sempre mais. Por isso desejo a todos vocês um 2011 tão bom, que faça parecer que 2010 foi o Ó!!! Pelo menos é assim que eu quero o meu ano de 2011. E ele começou prometendo que seria... O fim-de-semana da virada foi muito bom! O show da virada em Canoa Quebrada, nem tanto; mas e daí?Quem disse que ele era o mais importante?Era, mas não eeera! Até que começou decente, com o Daniel desenterrando o melhor dos anos 60 e da jovem guarda de Fevers, Renato e Seus Blue Caps, iê-iê-iê, essas coisas da minha adolescência e que fazem a cabeça de muitos adolescentes ainda. Dançávamos e pulávamos, meio enlouquecidos, eu, meu marido (Eduardo), meu filho Bruno e sua namorada (Suiany) e minha amiga Dri, que era a mais animada. Viajei um pouco nessas músicas, confesso. Senti uma saudade enorme dos meus três filhos! Mas lembrei que não se pode ter tudo, e eu estava com um dos meus filhos do meu lado, o que era ótimo. Aliás, por que é mesmo que não se pode ter tudo? Seria tão melhor! Muita gente se divertindo por ali, e eu tive a impressão de ver, do outro lado daquela quadra, a minha filha sorrindo loucamente com um grupo de amigos. Apertei os olhos pra ter certeza, e quanto mais olhava mais estava certa: era mesmo a minha Su! Então ela viera? Resolvi ir até lá para abraçá-la, mas começou uma nova música, uma nova dança, e eu a perdi de vista por um instante. Estiquei o pescoço pra olhar por cima daquela massa humana, e nada. Muita gente alta na minha frente, e tinha aquele rapaz de camisa listrada se mexendo o tempo todo, me impedindo de ver o outro lado do grupo. Tentei descer e ir até lá, mas aí o da camisa listrada se virou um pouco pro meu lado, e eu reconheci o sorriso de meu Dudu. Gelei! Então estavam os dois aqui, né? Vieram sem me avisar, fazer uma surpresa, talvez. Que coisa boa! Sorri toda feliz, e ouvi o Daniel (que não é o sertanejo, antes que eu me esqueça) começar uma contagem regressiva pra virada do ano. Olhei o relógio, e vi apalermada, que ainda faltavam 10 minutos para a meia noite. Endoidou esse cara? Todos à minha volta olharam seus relógios, e se olharam entre si, mas na confusão do momento acabamos trocando abraços de feliz ano novo assim mesmo, 10 minutos antes. Alguém esbarrou no meu braço, virando o copo de uísque que eu segurava. Respingos caíram na minha roupa e na minha sandália, deixando meus pés preguentos, eca! Ao meu lado meu marido sintonizou a pequena TV de seu celular, e exatamente 10 minutos depois começou a contagem regressiva em Fortaleza, anunciando o ano de 2011 ao som da queima de fogos na Praia de Iracema. Continuamos por ali naquela diversão meio boba, cantando, gritando, dançando. Alvoroçada olhei ao longe procurando meus dois filhos, e nada. Fixei o olhar em um ponto perto do palco, e congelei: aquele era meu outro filho, Sérgio Luis! Como assim? O Sérgio Luis? A Suyanne e o Eduardinho virem de Fortaleza pra Canoa Quebrada seria mais do que possível, mas o Serginho vir do Canadá... sem chance. Viagem mesmo. Foi o bastante pra eu ser puxada de volta pra realidade, junto com a voz esganiçada do cantor em uma mistura de axé e forró de mau gosto. Nam! Olhei atrás de mim e ali estava meu Bruno, com um copo na mão e abraçando a namorada. Aquela cena sim, era real. Abracei-o com gosto, e relembrei que não se podia ter tudo. Ele estava comigo, e isso era ótimo. Respirei feliz, desejando apenas que meus outros três filhos estivessem bem. Mas aquela música me convenceu de que estava na hora de sairmos dali. Afinal, já era 2011.

Strange Fruit ( Poema de  Lewis Allan, pseudônimo de  Abel Meeropol, publicado em 1936. ) Southern trees bear strange fruit, Blood on th...