segunda-feira, 20 de abril de 2009

Eu,heim?


Confesso: não vi o Fantástico de ontem, e o que é mais grave ainda, faz tempo que não assisto tal programa, nem me lembro da última vez, mas recordo vagamente que tem alguma coisa a ver com me sentir doente. Ah, sim, lembrei, o quadro do doutor Dráuzio Varela, que sempre me fazia ir dormir com todos os sintomas da doença que ele abordava. Eu sentia tudo! Coisa mais maluca aquela. Foi quando eu decidi que podia muito bem passar sem o Fantástico. E ontem me falaram que seriam enfocados assuntos como transplante, esquizofrenia e...twitter! Ai meu Deus, três doenças num programa só, meu organismo não iria aguentar. Só fiquei um tiquinho curiosa com a terceira, mas vi que os "portadores" de tal moléstia me mantinham informada sobre tudo, na sua angústia infernal de ver exposta, assim, a doença que eles consideram(ainda?) como exclusividade, e no desejo desesperado de que ninguém mais tivesse tal doença. Tão altruístas, não, esses twitteiros? Como diz uma pessoa que eu conheço, faz-me rir! Eu até que ainda pensei em (e quis mesmo, juro), dar uma espiadinha na reportagem pela TV, mas não encontrei um aparelho aqui em casa que estivesse ligado na Globo. E não me atrevi a pedir que mudasse de canal. Ainda insinuei, no mais puro estilo sem querer querendo, que o Fantástico de hoje parecia estar bom, e nada. O máximo que recebi foi um olhar indecifrável de um, uma risadinha debochada de outro e nenhuma reação mais que me desse a entender que alguém concordava comigo. Que frustração! Voltei a minha leitura, por sinal maravilhosa, de "A Paixão segundo GH", relendo pela enésima vez; não me canso de ver e tentar entender o processo em que a personagem vai se descobrindo e se encontra na necessidade de comer aquela barata, como parte vital do reconhecimento de si mesma. Maravilhosa Clarice!

sábado, 18 de abril de 2009

Filhos...


Pouquíssimas coisas no mundo me dão mais prazer do que estar com minha filha, mesmo que, quase sempre, acabemos brigando. E eu sei que ela vai odiar que eu esteja dizendo isso aqui, mas vou dizer: a culpa é mais dela do que minha; na maioria das vezes é dela mesmo. Hoje foi um dia bom, apesar de eu ter acordado tarde demais pra tudo que eu queria fazer, e ainda por cima com uma dor de cabeça daquelas. Que raio de uísque eu bebi ontem? Enfim, tenho que começar o dia, mesmo que ele já esteja pela metade. Primeiro passo, tomar um banho demorado, do tipo que as campanhas de economia de água condenam. Uma vezinha só não vai me fazer responsável pelo fim da água no planeta. Demoro menos do que desejava, visto-me às pressas porque escuto a voz de minha Su em seu quarto, e penso que ela está saindo. E eu mal a vejo quando estou aqui! Abrindo a porta do banheiro me deparo com meu Serginho de bruços na rede diante do notebook sobre a minha cama. Outro que eu vejo pouco, minha sorte é que, ele estando em casa, está sempre no meu quarto. Que forma estranha de acessar o pc! Inclino a cabeça para ver a tela bor baixo da rede(sei que ele odeia isso), e beijo rapidamente suas costas. Tão lindo esse meu filho, que nem precisava ser tão genial...rsrs...corro até o outro quarto onde encontro minha Su sentada na cama com as pernas entrelaçadas, e enquanto beijo sua cabeça e pergunto se ela vai sair ouço-a dizer que acabou de chegar e começa um relato de tudo que já fez aquela manhã. Por que será que me sinto culpada por estar acordando naquele momento? Ah, deixa pra lá, tomar café é o próximo passo e me sento à mesa da sala, diante da tv ligada. Que tristeza, estão falando a respeito da morte da universitária de 22 anos por uma bala disparada por um policial. Ai meu Deus, que mundinho violento, esse em que vivemos. Enquanto mastigo um pedaço de mamão estico os olhos para a outra sala onde vejo meu filho da mesma idade da adolescente morta, sentado diante da tela do pc, e não consigo me impedir de pensar em como deve estar se sentindo a mãe que perdeu sua jovem filha. Um nó me fecha a garganta, tomo um gole de água antes de trazer pra perto a chícara de café com leite fumegando. A essa altura a minha Su já está sentada diante de mim espalhando seus extratos a pagar e se queixando porque o dinheiro que tem não vai dar pra pagar tudo. Lembro do prejuízo enorme que ela teve ao bater seu carrinho em dois carrões, e sendo obrigada a pagar a despesa dos três carros. Ai meu Deus, tenho que fazer alguma coisa, penso rapidamente enquanto permaneço calada. Ela me pergunta se eu vou sair, digo que sim, vou tentar dar um jeito nesse cabelo que está horroroso. A lembrança do Naldo me fuzilando com os olhos por eu chegar lá sem ter marcado hora quase me faz desistir, mas a lembrança do meu cabelo me encoraja a ir e enfrentar a fera, afinal, por pior que seja, é apenas o meu cabeleireiro favorito. Olho distraída para os papéis espalhados entre o café e o queijo, o que me pareceu intencional, e escuto que um daqueles vai ficar sem ser pago. Me arrisco a olhar o valor arrastando para perto a tal fatura que ela me diz que não vai dar pra pagar. Tudo bem, filha, posso pagar isso aqui pra você, tá bom? Tá bom, me responde ela, e é só. E me fala de como tem sentido falta do seu carro, sem previsão para ser entregue pela oficina. Tem chovido diariamente, e não dá pra pintar o carro assim, ela me explica. Conta que chorou muito ontem à noite, hoje cedo também, por ter que sair e ficar dependendo da boa vontade de outras pessoas, e por ver o irmão sair de carona com o amigo deixando o carro na garagem. Pergunto-lhe porque não pediu o carroa a ele. Não responde. Ah, filhos! Ah, irmãos! Sinto-me mais culpada ainda, que droga, eu deveria estar acordada mais cedo para levá-la aonde ela quisesse ir. Droga de mãe, que eu sou. Digo-lhe que entendo, e que agora já está mais perto de recebê-lo, falo isso lembrando do meu notebook na assistência técnica para trocarem uma placa, faz tanto tempo que pra mim parecem séculos! Ai ai ai, desisto de continuar comendo porque ela quer ir comigo e precisa voltar cedo para um compromisso. Então tá, vamos logo, deixa só pegar a bolsa no quarto. "Mãe, vem aqui ver uma coisa", me chama o meu Bruno da sala e me mostra algo na tela do computador, e eu aproveito para lhe beijar a nuca e o pescoço logo acima do peito; ele me abraça e me beija com força no rosto, mais de uma vez, e eu sinto uma felicidade tão grande que quase esqueço que uma das minhas crias não dormiu em casa, como aliás vem fazendo nos últimos dias. Ah, meu filho, meu filho...como esquecer,né? Tudo bem, tudo bem. É mais um sábado com meus filhos, e ele termina tão rápido! Amanhã já é domingo, e aí eu já estarei partindo, mais uma vez, pra longe deles, recomeçando toda a espera por mais um final de semana em casa. Afinal, estar em casa, estar com eles é, sem dúvida, a melhor de todas as coisas que eu poderia querer na vida.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sobre ZACK AND MIRI MAKE YOUR PORNO


Uma comédia pra lá de divertida, e olhem que comédia nem é o meu gênero favorito de filme. Assisto de tudo, é verdade, mas sempre achei que fazer rir não é tarefa das mais fáceis, mais difícil ainda em se tratando de cinema. Que o diga o indefectível YES, MAN, que parece ter agradado a muita gente, mas a mim, sinceramente...detestei! Claro que seria injusto não citar a única cena que me pareceu divertida, quando logo no começo do filme o personagem de Jim Carrey está em uma locadora e atende a ligação do amigo afirmando que não é ele quem está falando, e vê que está sendo visto pelo colega que se encontra do outro lado do vidro. Gostei sim, nem vou mentir. Mas voltando ao Zack and Miri make a porno: impossível não rir escancarado com a história de Zack(Seth Rogen) e Miri(Elizabeth Banks) que dividem um apartamento, se encontram cheios de dívidas, e ele tem a brilhante ideia de fazerem um filme pornô para saírem do buraco em que se encontram. Com água e luz cortadas, Miri não vê outra alternativa a não ser concordar com Zack, e resolvem ser, eles mesmos, protagonistas da história, juntamente com outros atores que serão selecionados. Os dois decidem, numa conversa bem racional, que farão sexo um com o outro no filme, mas apenas pelo bem do filme, para preservarem a amizade que os une. A escolha do elenco, do cenário e do título para o filme resulta em diálogos e cenas tão bizarros que, apesar(ou talvez por isso) do excesso de termos picantes(leia-se chulos) e eróticos(leia-se vulgares), levam o espectador às lágrimas de tanto rir. Trata-se, na verdade, de uma grande e divertida sátira dos filmes pornôs. No decorrer da história Zack e Miri se descobrem apaixonados um pelo outro, mesmo que se neguem a reconhecer isso, e é aí que as coisas parecem se complicar para a continuidade do filme, pois começam a surgir os ingredientes próprios de uma relação a dois: o ciúme, o desejo de exclusividade, o zelo com o outro e o medo de magoar ou não ser entendido em suas atitudes. Nota 10 para o momento em que os dois têm que gravar a SUA cena de sexo, e as coisas não acontecem como esperado em um filme pornô. Com os sentimentos à flor da pele, a tensão e a confusão da descoberta de como se sentem em relação ao outro, eles não conseguem evitar que a cena se transforme no mais puro momento de romantismo, deixando explodir todo o amor recolhido durante anos de amizade. Uma ótima história, que poderia ter-se perdido ao descambar da comédia para o romance. Mas tal não acontece, uma vez que as cenas românticas ou mais sérias continuaram permeadas de todos os elementos cômicos do início do filme.

domingo, 12 de abril de 2009

Ah, as hortênsias...


Creio que esse blog precisa de cores, de algo que o deixe mais alegre e atraente. Ainda não sei como fazer isso... me vem à mente todas as cores que vi em Guaramiranga: uma profusão de alegria, de sons e de flores. Ah, principalmete as flores, de todos os tipos e de todas cores; hortênsias, mais me encantaram as hortênsias, brancas, rosas e azuis, tão perfeitas em suas formas, espalhadas ao longo dos canteiros da praça principal da pequena cidade. E me falaram que ela, a bela flor, exala um veneno fortíssimo com o poder de causar, inclusive, o coma. Quase pensei que era uma brincadeira de quem estava me dizendo isso, talvez por me ver tão absorta na admiração da bela flor. Encarei silenciosa o meu interlocutor, na esperança de que ele me dissesse que estava brincando, que não havia veneno em tão bela flor. Ao invés disso, ele sustentou o meu olhar patético, e entrou em detalhes sobre o tal veneno, aproximando-se de mim enquanto falava. Não pude dizer nada na hora. E mesmo o que eu poderia dizer ou fazer? Apenas continuar estampando na cara o ar apalermado da minha ignorância sobre as hortênsias e do fascício que elas agora, mais do que antes, exerciam sobre mim. Pensei em tocá-las de leve, apenas roçar as pontas dos meus dedos, mas percebi que eles tremiam, e não quis demonstrar o meu medo. Juntei as mãos apertando as palmas, perguntando-me como seria seu perfume(teria?), mas fui incapaz de verbalizar ao meu agourento informante sobre hortênsia. Senti-me ridícula, mas odiei aquele homem. Não fosse ele, e eu teria tocado naquela flor azul, sentido a sua textura, e, quem sabe? aproximado dela o meu nariz bisbilhoteiro para descobrir-lhe, talvez, a doçura do perfume. Saí dali tão desolada com a informação, que nem me dei conta de que estava andando sob a chuva. Chuva fininha, é verdade, mas suficiente para me ensopar inteira em poucos minutos.

Um blog pra quê?


Depois de tantas perguntas e cobranças (Glos, tu num tem um blog não?), decidi: vou fazer um blog, e de hoje não passa. Antes me perguntei pra que eu queria um blog e não encontrei resposta. Disse isso pra um ex-aluno e ele nem pensou pra responder:"ora, pra tu escrever as coisas da tua cabeça e a gente poder ler". Minha filha também já tinha me falado isso, uma vez. Então tá, fazer um blog. Segundo dilema: como eu vou fazer isso. "Ah, mas é fácil" - incentivou outro acolá, com cara de doutor em feitura de blogs - vai no google, ele ensina tudo. Fui. E não é que ele ensina mesmo? Estava estudando a lição, quando vejo no orkut a mensagem de outra ex-aluna me pedindo pra ir lá no blog que ela acabara de fazer. Tudo bem,eu vou ver, mas vou aproveitar pra dar uma bisbilhotadazinha e ver como é que se faz essa coisa. Amei o blog, achei lindo, meigo, a cara dela mesmo http://nayanaagrela.blogspot.com. E o melhor, ó maravilha das maravilhas, não é que lá, no cantinho superior da página, tem um convite bem legal pra fazer um blog, só clicando alí? nem pensei duas vezes, já fui começando a tarefa. Fácil, fácil! Tão fácil que eu desconfio que tem alguma coisa errada(sempre acho isso quando acerto). Prontinho! Tenho um blog agora, cujo título é Lorotas e Marmotas, e depois eu explico. Ah, creio que eu devo dizer que já tive um blog, antes desse, mas nunca o prazer de usá-lo. Porque foi feito pelo meu gênio da computação, que esqueceu a senha de acesso. Não lembro se ele chegou a me dar a tal senha, mas se deu...também esqueci. Então é isso. Aqui no Lorotas e Marmotas eu pretendo deixar minhas impressões sobre tudo, mas não estranhem se, de repente, tudo que surgir forem apenas os meus sentimentos.

LOROTAS E MARMOTAS

Strange Fruit ( Poema de  Lewis Allan, pseudônimo de  Abel Meeropol, publicado em 1936. ) Southern trees bear strange fruit, Blood on th...