sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Travesseiros e Foguetes

Hoje senti vontade (e necessidade) de comprar travesseiros. Aproveitei a tarde sem chuva, quase com sol, e nem quente nem fria para ir zanzar pelas lojas que vendem travesseiros. Entra aqui entra acolá, já quase desistindo, porque sempre me sinto perdida nesse tipo de compra, preparada pra fazer como sempre: arrastar meu marido comigo uma segunda vez e deixar que ele escolha os travesseiros. Mas como estava gostando do bate-perna, entrei em mais uma loja, seria a última, prometi a mim mesma, e voltaria pra casa de mãos abanando, pernas cansadas, mas com a tranqüilidade do dever cumprido: tentei, não comprei porque não deu certo mesmo. Nessa última loja quase não há travesseiros, poucas opções, o que facilitaria pra mim a escolha. Mesmo que, como em outras vezes, acabasse me culpando pela compra errada, percebendo esse erro só na hora de dormir. Enfim, recomeço o ritual da escolha, apalpo, viro prum lado e pro outro, faço pressão com as mãos, sinto a textura, a maciez, e resolvo dar uma lida nas palavras escritas pra ver se encontro alguma indicação que me convença ser aquele um bom travesseiro. Primeiro susto, o preço. E antes que alguém pense que era muito caro, vou logo dizendo que me assustei exatamente por ser muito barato!Mais barato do que qualquer travesseiro que eu já tenha comprado em toda a minha vida. Deveria estar errado, aquele preço. Desconfiada, fui virando o outro lado pra me certificar de que eu estava enganada, e fiquei sem fala com a frase que havia ali: Fabricado com tecnologia desenvolvida pela NASA. Fui pegando em outros travesseiros similares que havia ali, e não tive dúvidas: todos tinham o mesmo preço e a mesma tecnologia. Fazia muito tempo, então, que eu não comprava travesseiros, se eles estavam sendo fabricados com a mesma tecnologia dos foguetes e eu não fazia idéia. Me imaginei com a cabeça naquele ‘artefato’, no aconchego do meu quarto, procurando um modo de pousar na lua. Ou em Júpiter, porque na lua nem é mais novidade.

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