quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sendo quem se é


Existem muitos ditados populares ou pensamentos mais filosóficos voltados para a questão do poder, e o comportamento (quase sempre alterado) de quem o recebe. Todos conhecem aquela máxima de que, para conhecer alguém de verdade, basta dar-lhe o poder. Fatalmente, a principal faceta do seu caráter virá à tona, demonstrando se ela é o que chamamos de boa ou má pessoa. Em posição de comando a pessoa lida com as duas faces dessa situação: de um lado seus subordinados, pessoas a quem ela comandará e dará as ordens, e de outro lado seus superiores, a quem ela também deve obediência e satisfações pelas atitudes tomadas. Vejamos: aquele que detém nas mãos alguma forma de poder tem a chance única de provar o seu caráter, e isso se dá exatamente no modo como se relaciona com as pessoas à sua volta. Na maioria das vezes o que temos é alguém que, por estar ocupando um posto ou cargo de chefia, trata os seus subordinados de forma tirana, acreditando que, por serem seus superiores, são também superiores a eles, e que, por outro lado, se submetem passivamente aos poderosos, de forma vergonhosa, pois disso depende a manutenção do cargo que ocupa. A pessoa passa a se ver como alguém acima dos demais, e essa visão de si mesmo o leva a não mais encarar os outros em um mesmo nível, passando a olhar “do alto”, com um arzinho de superioridade que o satisfaz, mas diz exatamente o tamanho da sua mediocridade. Infelizmente é assim que são as coisas, é assim que se comporta o ser humano. Independente do tipo de pessoa que se acredita ser, a ocupação de um posto acima dos demais transforma-o em alguém diferente de quem sempre foi, e que é, no fundo, a pessoa que ele realmente é.

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